Lembram-se daquele Cardeal Ratzinger que se opunha ferozmente à entrada da Turquia na Comunidade Europeia, chegando a dizer, instalado no quentinho do Vaticano, que se isso acontecesse, teriam sido em vão as vitórias em Viena sobre os Turcos em 1529 e em 1683?
Lembram-se desse mesmo Vaticano que lutou até à exaustão pela inclusão da referência ao Cristianismo no preâmbulo do projecto de Constituição Europeia, num espírito de identificar a Europa como “território cristão”?
Esse mesmo Cardeal, agora Papa, no frio do terreno de uma visita à Turquia, afirma que é favorável à entrada desta na Comunidade Europeia.
Evidentemente que todos temos direito a mudar de opinião e não há infalíveis, nem mesmo o Papa. Agora, dizer isto inesperadamente, para aquecer o ambiente, acho que não serve para muito. Cheira a “Política” no seu pior: dizer o que os outros gostariam de ouvir. E quando se nota que se está a ouvir algo, só porque quem o diz nos quer agradar, sem muitas preocupações de convicção, o efeito poder ser contrário.
Sem dúvida que é necessário dar grandes passos para o desanuviamento nas relações entre religiões em geral e entre o cristianismo e o islão em particular e provar que ambas podem co-existir e serem compatíveis com um modelo social respeitador da liberdade e da dignidade humana. Agora, com politiquice é que não. É que os “outros” podem ser diferentes em muitas coisas mas não são necessariamente burros.
Lembram-se desse mesmo Vaticano que lutou até à exaustão pela inclusão da referência ao Cristianismo no preâmbulo do projecto de Constituição Europeia, num espírito de identificar a Europa como “território cristão”?
Esse mesmo Cardeal, agora Papa, no frio do terreno de uma visita à Turquia, afirma que é favorável à entrada desta na Comunidade Europeia.
Evidentemente que todos temos direito a mudar de opinião e não há infalíveis, nem mesmo o Papa. Agora, dizer isto inesperadamente, para aquecer o ambiente, acho que não serve para muito. Cheira a “Política” no seu pior: dizer o que os outros gostariam de ouvir. E quando se nota que se está a ouvir algo, só porque quem o diz nos quer agradar, sem muitas preocupações de convicção, o efeito poder ser contrário.
Sem dúvida que é necessário dar grandes passos para o desanuviamento nas relações entre religiões em geral e entre o cristianismo e o islão em particular e provar que ambas podem co-existir e serem compatíveis com um modelo social respeitador da liberdade e da dignidade humana. Agora, com politiquice é que não. É que os “outros” podem ser diferentes em muitas coisas mas não são necessariamente burros.