08 dezembro 2008

24 horas em Teerão (I)

Uma estadia desde as 3 da manhã de um dia até à mesma hora do dia seguinte é muito curto para avançar com juízos sobre um país que se visita pela primeira vez, para lá daquelas peripécias que quando se vivem num local pela primeira vez têm sempre mais impacto. Tentemos...

Até agora conhecia dois tipos de vistos de entrada num país: os personalizados que são emitidos previamente no país de origem e os simples selos comprados à chegada. No Irão são personalizados e feitos à chegada. Levanta impresso, preenche impresso, paga impresso e …”espere que eu o chame!!!”. Tivemos sorte pois fomos os segundos de um grupo de 20 e só esperámos pouco mais de uma hora.

O grande Teerão actual foi desenhado previamente em folha de papel. Em 10 x 10 km, dizem, as avenidas, vias rápidas e auto-estradas cruzam-se e descruzam-se sobre 13 milhões de almas, a desorientar qualquer um. O hotel inserido num complexo desportivo de vários hectares tinha, às 4horas da manhã, a bela notícia de ter transformado dois quartos singles num único duplo!

Após uma noite de sono muito curta o transporte chega uma hora atrasado. Se o soubesse previamente, teria dormido mais 25% de tempo! Durante essa espera dá para observar um movimento de chegada de congressistas e, se não sei classificar o estrato social relativo em que se inseriam, uma coisa é certa: de toscos não tinham nada, mas mesmo nada. Um olhar para o mapa e dá para entender. Até Vasco da Gama ter trocado as voltas, este corredor entre o mar Cáspio e o Golfo por eles baptizado foi durante muito tempo o grande cruzamento das rotas entre a Ásia, África e Europa e esse ver passar meio mundo deixa marcas.

O almoço é acompanhado por um espumante local não alcoólico que, prometendo ser o céu, me faz suspirar pelo inferno. A alternativa era uma cerveja sem álcool com sabor a limão que, segundo um colega de viagem, fazia lembrar o Sonasol… (!)

(continua)

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