31 maio 2015

Sobre o próprio

Num tempo não muito longínquo, uma autofotografia (fugindo, para já, à “inglesite”) praticamente só existia num contexto de grupo. Usava-se o temporizador da máquina, pousada em local improvisado, e corria-se para o lugar vazio à nossa espera, no meio de mais uns tantos.

Hoje é muito mais fácil e barato tirar fotografias, há quase sempre uma máquina à mão no telemóvel, mas penso que não é apenas isso que justifica a quase obsessão pelas “selfies”. É como se houvesse uma necessidade imperiosa de registar a cada passo onde se esteve, com quem e o que se fez. O princípio em si não é grave, o problema está na proporção. Pode ser mais importante investir o tempo face a uma paisagem ou a uma obra de arte em aprecia-las do que em fazer um registo precipitado para a galeria dos “esteve…”.

O que somos depende, certamente, donde estivemos, com quem e do que fizemos. Essas imagens podem ser um registo importante na construção da identidade de cada um. Mas não chegam! Uma sugestão e um desafio: junto a cada “selfie”, tentar acrescentar uma reflexão: “Quem sou eu aqui, o que aprendi e o que ficou deste momento?”.

30 maio 2015

Não gosto deste…

Este ano o rali de Portugal passou a uma meia dúzia de kms do local onde me encontrava e não o pude ir ver. Tive pena, como também tenho pena que os carros atuais sejam um bocado para o “minorca”, quando comparados com os monstros históricos. Também parece que os saltos estão na moda, mas, por mais metros que tenha o voo, não me diz nada comparado, por exemplo, com as curvas alucinantes do final da antiga “Carvalho de Rei”…

Sebastian Ogier podia igualar o número de vitórias na prova do querido Markku Alen, ainda e sempre o finlandês mais famoso em Portugal. Não o conseguiu, impôs-se outro finlandês e, derrotado, o francês disse esta gracinha:

“Eu sei que é um dia feliz para muita gente, porque aparentemente é aborrecido quando é sempre o melhor que ganha. Assim, este fim-de-semana não foi o melhor que ganhou, mas de qualquer forma foi um grande rali para mim”.

O homem até pode ser o melhor e o mais galardoado, mas dizer isto…? E viva a Finlândia e o Latvala que permitiu manter o record do Alen!

29 maio 2015

Este homem quer o poder para quê?

Extrato de uma entrevista de Sampaio da Nóvoa ao Jornal de Negócios em 2010:

Porque é que é melhor no contra-poder? O que é isso do contra-poder?
Se me perguntar qual é o único valor que é indiscutível, é a liberdade, e junto com a liberdade, a independência. A liberdade e a independência são por definição qualquer coisa do domínio do contra-poder. São do domínio da apreciação crítica, mais do que do exercício do poder. Dir-me-á que sou ingénuo, mas a minha maior surpresa, nos anos que levo de reitor, é [constatar] como as instituições, e as pessoas que dirigem as instituições, são tão poucos livres, e tão dependentes das estruturas do poder.

Que o único valor indiscutível seja a liberdade já é tema para alguma discussão, mas isso é filosofia em que não entro agora. Que a liberdade se afirma fundamentalmente no contra-poder é que me faz muito, muita impressão…. É sempre mais fácil ser livre como treinador de bancada, sem responsabilidades, do que agir, construir e assumir. Parece coisa de puto reguila que não cresceu/quer crescer.

28 maio 2015

O primeiro ou o último

Geneseis: Álbum “And then there were three”, tema “Undertow”. “Pensa um pouco … Se este fosse o último dia da tua vida, o que farias?”. Meditar, chorar, implorar, acabar coisas pendentes… ?

Conversa num reencontro após alguns anos sem contato: “Está tudo bem…?”. “Agora está, mas…” e vem uma longa história, mais detalhada do que eu podia/queria registar, de coração, obstrução, desentupimento uma artéria que ficou “armada” artificialmente, etc… Fiquei a pensar: este safou-se de boa, mas com tanta lavoura, deve ter ficado meio tramado para o que lhe resta da vida…

No final da prova de esforço disseram-me: “tem um problema nas coronárias”. Enquanto esperava a consulta que se seguia, pesquisei para tentar entender o que era exatamente aquilo e não gostei do que li. Quando fui ao carro buscar documentação complementar, o ar lá fora já não se respirava da mesma maneira como quando tinha chegado.

Na consulta, a médica diz que tenho o coração doente e que preciso de enfiar um cateter pelo braço acima para analisar e corrigir. Quase olhei para trás, para ter a certeza de que era comigo que ela falava… e disse que não, não podia ser assim tão mau. Despachou-me com um pacote de medicação, incluindo uns comprimentos SOS para deixar derreter debaixo da língua em caso de necessidade.

Saí da farmácia com um saco cheio e os meus passos não eram os mesmos. Não caminhava dirigido a um objetivo, apenas colocava um pé a seguir ao outro. Cruzava-me com gente supostamente normal, alheado pela minha não normalidade. A segunda opinião confirmou o diagnóstico, a tal operação foi feita e aparentemente o problema foi ultrapassado. Como dizia também a música: “Há amanhã, tão certo como eu estar aqui.”

Agora, o que se deve fazer no caso de um “último dia”? Arrumar umas coisas que possam estar apenas de nossa mão, pagar contas em atraso, se for o caso, e … pouco mais. Que pode haver de tão relevante para tão curto tempo? Haverá certamente projetos por fazer ou concluir, mas 24 horas não deverá ser o seu horizonte. Experimentar algo inédito… e para quê exatamente? Para guardar disso a recordação durante um par de horas? Efetivamente, um bom último dia é aquele que é igual aos outros todos. Ter pendente algo de transcendente que se resolve num estalar de dedos, não é sinónimo de vida arrumada.

E, a concluir, na tal música: “Assim os dias transformam-se em anos e o amanhã continua sem aparecer”… Aqui sim, aqui é que vale a pena pensar e investir um bom bocado!!

27 maio 2015

Aviso à navegação

Até há bem pouco tempo eu costumava dizer que ano em que a minha medicação total ultrapasse duas aspirinas, era um ano mau. Tirando umas coisas às vezes com dentes, as despesas de saúde declaradas no IRS eram praticamente nulas. Achava que para a maior parte dos problemas deveria ser o organismo a reagir e a defender-se sozinho, mesmo para uma tosse.

No verão passado tive uma dessas que não quis ir embora sozinha, precisou de xarope! Por precaução, fiz a seguir um rastreio à área pulmonar e, aí, nada se encontrou. Apenas foi detetado um “pequeno” problema com o nível do colesterol. Na ausência de outros fatores de risco cumulativos, entendeu-se que uma mudança de hábitos poderia ser suficiente para a coisa ir ao sítio.

Quando retomei alguma atividade física, sobretudo ao frio, uma dor aguda aparecia e desaparecia no peito. Maldisse a lenta reação à tosse anterior e que agora me estaria a cobrar algo no sistema respiratório. Com a chegada da primavera a intensidade diminui, o que mais me confirmava ser uma questão de respiração, em recuperação lenta.

Em consulta de rotina, recomendaram-me a realização de uma prova de esforço, para despistar… e pronto, pouco tempo depois estava a realizar um cateterismo que identificou e corrigiu uma obstrução de 90% numa das coronárias… Ufa!

Atenção, portanto, porque estas coisas às vezes avisam, mas nem sempre se entende à primeira, outras vezes não avisam… e podem ser danadas!

Apraz-me também registar que não estamos como há 1400, 2000, 500 ou 100 anos atrás. Felizmente o mundo evolui, senão eu estaria tramado.


23 maio 2015

A árvore e a floresta


Em 1981, Desmond Morris publicou “A tribo do futebol”, uma obra muito interessante sobre o fenómeno social do futebol e respetiva agressividade. O livro está hoje considerado desatualizado no seu contexto original, Inglaterra. Entretanto, ocorreram as tragédias de Hillsborough e do Heysel, foram aplicados pesados castigos aos clubes ingleses, tomadas várias medidas e, aparentemente, a situação mudou significativamente.

Por estes lados, podem os estádios cumprir todos os regulamentos de segurança, mas continua a imperar um espírito tribal e didática de boas maneiras é coisa que não existe. Não é normal o aparelho policial que se mobiliza ao longo do ano (uma boa parte à custa do contribuinte) e não são aceitáveis os atos de vandalismo sistemáticos. No caso da agressão do polícia ao adepto do Benfica, em Guimarães, a atenuante de ter sido provocado, de ter passado longas horas de elevado stress não é desculpa, mas também não é aceitável insultar e desrespeitar continuamente a polícia.

Entreposta entre duas tribos rivais, a polícia acaba reconhecida como uma tribo inimiga. Só que a polícia é naturalmente inimiga dos marginais. É com estes que os adeptos se querem identificar? Qual o objetivo e o significado de os écrans gigantes de Lisboa terem passado imagens dos confrontos com essa terceira tribo? Era uma batalha também a evocar?!

Esta situação tem que ser parada e independentemente do risco de um dia ocorrer uma tragédia maior. Responsabilizar e castigar, fechar os estádios, suspender o campeonato… o que for preciso. A solução não pode ser reforçar e reforçar a polícia. Até porque com a polícia de choque o problema fundamental não está na forma como intervém, o problema está na necessidade de intervir.

19 maio 2015

Os economistas


Com o devido respeito, penso que aquilo a que se chama “economia” não “faz” a economia, apenas a estuda. Mais análise do que construção. Às vezes acertam, como é normal entre três apostadores, um deles acertar numa linha do totobola.

De vez em quando aparecem na arena uns génios dessa disciplina, supostamente salvadores do país, de um ministério, de um banco ou de outra coisa. Quase invariavelmente se constata que resistem muito pouco tempo no “fogo real”.

O diagrama acima reproduzido foi apresentado numa cimeira europeia pelo génio grego, sobre o potencial de crescimento da economia do seu país. No meu espírito de engenheiro uma seta num diagrama é um símbolo que representa algo de concreto. Aqui tenho alguma dificuldade em entender o que estas representam… Entende-se bem é porque os restantes ministros europeus já não têm pachorra para este Varoufakis!

14 maio 2015

Homem contra máquina


Face à facilidade com que um computador se poderia ter eficazmente sobreposto ao piloto tresloucado da “Germanwings”, dei comigo a discutir com um colega meu que acredita naquilo que se designa por “singularidade tecnológica”: um dia seremos mesmos ultrapassados definitivamente pelas máquinas, mudando irreversivelmente o mundo em nosso desfavor. Este tema da substituição do homem pela máquina tem, muitas vezes, uma abordagem emotiva. Sentimo-nos ameaçados por um robot industrial, que substitui 3 ou 4 pessoas no máximo, se houver turnos, e ninguém se choca com um simples tractor que substitui muito mais gente.

Eu tenho uma posição meia “religiosa” quanto aos limites da máquina face ao homem. Por muitas camadas de programação que existam, por mais capacidade de processamento disponível, no fim, no fim, o computador recebe dados de entrada, compara-os, processa-os e gera uma saída. Num avião, ao sentir uma descida de altitude, o computador pode facilmente actuar e corrigi-la. Se atravessar uma zona de turbulência um dia, pode aprender que aquelas nuvens são instáveis e tentar evitá-las para uma próxima. Não pode, no entanto, espontaneamente inventar um caminho. Pode fazer uma combinação mais ou menos aleatória e definir um percurso, mas um computador não consegue ser verdadeiramente imprevisível e aleatório. Neste ponto o ser humano, para o bem e para o mal, é diferente: inventa genuinamente.

O que também acontece, por vezes, é os humanos misturarem umas coisas já existentes, mais ou menos à sorte, e chamarem-lhe “criação”. Esses estão tramados, porque serão muito facilmente derrotados pela máquina!

13 maio 2015

11 maio 2015

Problemas em levantar voo


Tempos houve em que os aviões tinham várias formas e feitios. Hoje apenas distingo um Airbus dum Boeing pelo recorte da janela do “cockpit”. Fruto da evolução e optimização estão definidas e estabilizadas as opções que provaram funcionar melhor.


Também não existem hoje diferenças programáticas de fundo entre os partidos que governam. Uma grande parte do eleitorado acha que modelo de Estado e de governação deve continuar como está. A chamada alternância democrática não tem tido por base os programas mas sim as pessoas: a seriedade e a capacidade pressentidas. Hoje sabemos também que a margem de manobra orçamental é reduzida, não vale a pena contar e acreditar em “papas e bolos”. A oportunidade do PS deveria basear-se na capacidade de fazer melhor o que os actuais não fizeram: muito especialmente a verdadeira reforma do Estado.

O comandante Costa não parece entender assim – em vez de nos tentar convencer de que pilotará bem o avião, acha que precisamos de um modelo diferente. Também não quis ser ele a desenhar e a apresentar essa alternativa: subcontratou-a a uns economistas sábios. Eu acho que um partido pode encomendar externamente a sua campanha eleitoral, mas não a estratégia. Aliás os economistas são mais analistas do que construtores, não têm um campo de intervenção suficientemente abrangente e a passagem de grandes laureados académicos pelo fogo real, não tem sido muito bem-sucedida.

As ideias avulsas que vão caindo também não convencem. Hoje não se pode privatizar a TAP e ontem podia-se? E na privatização da ANA nada se disse? Porque é que o Metro de Lisboa há-de ser uma vaca sagrada pública, quando o Metro do Porto funciona com gestão privada sem problemas!?

Foto "Lusa"

08 maio 2015

Publicidade perigosa


Na senda de um texto anterior sobre questões de peso e desvios comportamentais, lembrei-me da imagem acima reproduzida. Chamou-me a atenção quando a vi num “outdoor” e não exclusivamente pelo lado estético. Será que toda aquela estética é mesmo devida à intervenção da empresa publicitada…? Não será uma espécie de publicidade enganosa…?

Que há de comum entre uma “parrilhada” argentina com quatro vezes mais carne do que a necessária e uma papa para bebés, que as mães insistem em fazer com leite, em vez de água, quando a farinha já traz leite que chegue na sua composição? Há em comum um excesso alimentar motivada pela recusa da “pobreza”. O argentino talvez se recorde do passado de imigrante, das dificuldades vividas. Depois de as ultrapassar e ao poder ter carne todos os dias, come demasiada. A mãe, se pode dar leite ao filho, que alimenta mais…, porque há-de usar água…?!

E porque as crianças em vez de levarem para a escola um pão e uma peça de fruta a sério, levam qualquer coisa de comprado já embalado e menos saudável? Porque é mais prático e porque podem. Aquelas embalagens redondas muito giras de “fruta essencial” têm um preço/kg que deve ser aí 3x superior ao da fruta fresca original… são mais caros, mas são mais práticos … e a família “pode”.

Sem entrar nos casos limite dos problemas alimentares de quem “não pode” e sem filosofar sobre as máquinas brutais de marketing das porcarias doces, de impacto não negligenciável, uma boa parte dos desequilíbrios alimentares, e posteriores pesos a mais, são fruto (da falta de fruta…?!), da comodidade de quem pode e facilita.

Por isso, parece-me que o segredo da fotografia acima é capaz de ser anterior à eventual passagem pela clínica em causa. Publicidade enganosa, sem dúvida!

PS: Retomando o tema do valor da imagem, convém não esquecer de que há valores mais importantes, para lá dos evidenciados na fotografia e isso poderá ser o aspecto mais enganador e perigoso da dita publicidade.

06 maio 2015

Boa viagem

Nota de abertura: mais um texto fora da linha editorial do blog.

Ontem, 5/5/2015 foi formalmente anunciada a venda ao grupo tecnológico alemão Koerber da agora designada Efacec Handling Solutions, em tempos chamada Efacec Automação e Robótica. Comecei a trabalhar lá em 1987, um ano depois de acabar o curso. Tinham recebido a primeira encomenda externa, eu fui bater à porta e disse: “Quero trabalhar aí!”. Na altura entrei na recém-criada equipa do software, que acabei por liderar. Fui depois apoiando um pouco os comerciais e, quando dei conta, estava mudado para lá, tendo também assumido a liderança dessa equipa. Entendeu-se que Portugal era pequeno e no esforço de internacionalização vi-me a partir de armas e bagagens para a Bélgica em 1991. Quatro anos depois regressei e, para lá de alguns ossos duros de roer, fizemos a grande actualização da plataforma informática. Depois virou-se a estrutura da empresa do avesso, uma grande “reengenharia”. Em 2001, era Director Geral quando saí da empresa […]. 14 anos depois, quase tanto tempo quanto o que lá estive, ainda a sinto um pouco como minha.

Uma vez questionaram-me sobre o que eu considerava ter sido o meu maior sucesso profissional. Inicialmente, por breves segundos, lembrei-me daquelas coisas danadas que muita luta deram, com horas de sono roubadas, de quando finalmente se concluíam. Mas não era por ali e sem margem para dúvidas afirmei: A minha maior satisfação foi ter acreditado em pessoas, ter-lhes dado espaço, elas terem aceitado o desafio e crescido! Alguns casos foram lá.

Se hoje pode haver um certo sentimento de inquietação, de perda/mudança de identidade, atendendo até à nova nacionalidade dos donos, haverá também outras oportunidades e, certamente, alguma satisfação pelo caminho percorrido e, sobretudo, expectativa pelo que haverá a percorrer.

03 maio 2015

Nem tanto ao mar


A campanha de publicidade acima representada gerou grande polémica e contestação em Inglaterra. Basicamente promovia um método de emagrecimento, lembrando a praia que está a chegar, onde “convém” apresentar boa forma, e com a imagem de uma modelo de peso abaixo do do comum dos mortais.

Supostamente, a reação enérgica seria devida a a campanha promover a anorexia… Eu acho que não, como também me parece que o fundo do problema não se endereça proibindo cartazes.

Que há de comum entre alguém obcecado por perder peso e outro alguém buscando, a todo o custo, aumentar o volume dos bíceps? Procurar um físico mais saudável…? No início, talvez. Não é necessário ser “escultural”, mas um pouco de equilíbrio na forma não fica mal nem faz mal a ninguém, pelo contrário. O problema… são dois. O primeiro é o pobre primado da imagem, quando mais importante do que a dimensão dos bíceps é a dimensão cultural e mais grave do que uns quilos a mais, é ideias a menos. O segundo são os hábitos de vida precedentes. Gostava de ver uma estatística: Quem teve desde a primeira hora um regime de alimentação saudável e alguma actividade física, não estará num ponto de partida mais equilibrado e com menos pressão para se “radicalizar? Penso que o problema principal e o “modelo errado” não está nestas imagens, por indesejáveis que sejam. Escondê-las é como cortar a rama de um arbusto: fica-se muito longe da raiz.

Sem cair nos limites patológicos, posso dizer que, no meu caso, a minha barriga pode crescer um pouco se eu me distrair e pode diminuir se eu me cuidar. Um dos lados é o facilitar, o outro é o disciplinar. Quando vi algumas imagens da contestação ao anúncio, com umas gordinhas em biquíni posando ao lado, a mensagem era “não me chateies por ter facilitado, vou para a praia com pneus e não recordem isso, está bem?”. Nisto, como em tantas coisas, o problema está em facilitar e depois alguém nos lembrar… Aliás, o facto de a contestação às imagens da moda, tantas vezes muito mais chocantes, ser incomparavelmente menos activa e agressiva é sintomático.